A imagem do jornalista como um profissional comprometido com "a verdade dos fatos'', foi capaz de seduzir gerações que se lançavam à "aventura da reportagem'' e se orgulhavam do papel social que representavam, do desafio de descobrir segredos do poder (e dos micropoderes) e anunciá-los ao público, acreditando que sua função se revestia de um sentido iluminista e mesmo revolucionário.No entanto, o perfil profissional vem mudando no país. O grande marco dessa nova realidade seria a descaracterização dos confrontos entre jornalistas e os interesses econômicos.
Posso falar isso com a experiência de anos em redação de jornais de circulação nacional e internacional .
A Folha de S. Paulo por exemplo , tem se destacado como a primeira empresa que assumiu explicitamente o jornalismo como negócio, construindo uma racionalidade própria para o desempenho dessa atividade nos moldes capitalistas
Esse desabafo ocorre porque já estamos vendo a operação “abafa” sobre o acidente do vôo 447 da Air France;Para se ter uma idéia do que digo o Jornal Nacional desta terça feira colocou as noticias sobre o vôo 447 no terceiro bloco onde até um criminoso que aliciava sua filha e sobrinho para aprender as malandragens da profissão teve maior destaque do que a perda de vida de 282 passageiros daquele vôo.
Os interesses econômicos são maiores do que se imagina, tanto é verdade que a França colocou um submarino nuclear para se descobrir as caixas pretas e o seu conteúdo .
Interesse esse que esta diretamente ligado ao interesse econômico do consorcio europeu fabricante do Airbus , que aliás é o mesmo fabricante do avião acidentado em Congonhas, onde 186 pessoas perderam a vida, em uma manobra “contraditória “ em que o piloto tentava parar, e o computador do avião entendia que ele queria arremeter o pouso.
Estranhamente ,o computador nos dois casos estão sendo apontados como um dos fatores determinantes da queda do avião.
Cansados com a preocupação de sobreviver no dia a dia de uma sociedade onde escândalos são freqüentes, nós brasileiros não nos apercebemos que os envolvidos tem um poder aquisitivo grande e que as suas “noticiais tendem a desaparecer” da mídia. Veremos que o poder econômico vai sobrepujar as 228 pessoas que perderam a vida nesse catastrófico vôo
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